Burna Boy, cantor nigeriano, pediu desculpas por críticas feitas anteriormente à música Afrobeat (Foto: Shawn Ogulu).

Em 2023, suas declarações causaram polêmica ao afirmar que o gênero carecia de "substância" e não abordava experiências de vida reais.

“Metade deles, [na verdade,] 90% deles, quase não têm experiências de vida reais que possam compreender”, ele afirmou na época. “É por isso que você ouve a maioria da música nigeriana, música africana, ou Afrobeats, como as pessoas chamam — e é basicamente sobre nada, literalmente nada.”

“Não há substância, tipo, ninguém está falando sobre nada. É só uma curtição, um momento incrível. Mas, no fim das contas, a vida não é um momento incrível", pontuou ele, na ocasião.

Em recente entrevista à "BBC 1Xtra", ele explicou que seus comentários foram resultado de insatisfação pessoal e de sentir-se limitado a um único estilo musical.

Retornando às suas falas de dois anos atrás, o artista, primeiro africano a ser headliner em um estádio no Reino Unido, compartilhou que estava em um "momento sombrio" na época.

"Não entendia por que queriam que minha música se encaixasse em uma só categoria", admitiu. “Do jeito que eu via, classificar tudo dentro do Afrobeats, era como comparar Sócrates com Kendrick Lamar só porque os dois disseram duas coisas que rimam, então ambos devem ser rappers”, disse ele, acrescentando que a entrevista anterior aconteceu em um momento em que ele estava “numa fase mentalmente sombria” e que "não estava muito feliz".

Ele reconheceu que essa divisão entre os fãs o ajudou a entender o rótulo de Afrobeat. “Naquele momento, eu entendi o propósito da etiqueta Afrobeats. Eu entendi totalmente e peço desculpas por essa confusão”, acrescentou, compartilhando que está feliz em abraçar o rótulo após o lançamento de seu novo álbum ‘No Sign of Weakness'.

“Aprendi a aceitar o fato de que sempre serei diferente... Eu talvez não seja o favorito, mas vou ser o melhor", acrescentou.

Durante a entrevista, ele refletiu sobre suas recentes performances ao vivo, enfatizando seu desejo de continuar no palco por muitos anos, similar a bandas como Coldplay e The Rolling Stones.

“Essas pessoas ainda estão fazendo o que eu estou fazendo agora, então por que eu não vejo ninguém que se pareça comigo, nesses níveis, nessa idade?”, ele questionou. “E é simples, pode parecer loucura, mas é porque elas simplesmente não amam isso tanto quanto eu amo.”